As ideias apresentadas neste blog são meramente indicativas e não terapêuticas.
Cabe portanto, aos pais, a procura de ajuda especializada e adequada.

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Simplificar a Infância

Porque complicamos quando podemos simplificar. Hoje as nossas crianças estão expostas a um fluxo constante de informações que não são capazes de processar. São forçadas a um crescimento rápido, já que os pais depositam demasiadas expectativas sobre elas, forçando-as a assumir papéis que realmente não condizem com a realidade infantil.
Todos os pais querem dar o melhor aos filhos. E pensam que, se o pouco é bom, o muito só pode ser melhor. Assumindo por vezes uma paternidade superprotetora , forçando os filhos a participar numa infinidade de atividades, que em teoria , os ajudam a preparar para a vida.
Como se isso não fosse suficiente, ainda enchem o quarto com imensos livros, dispositivos eletrónicos e brinquedos.
E tudo o que é demais é exagero, as crianças ficam sobrecarregadas, brincam superficialmente e facilmente perdem o interesse imediatista nos brinquedos e ambiente, não sendo estimuladas a desenvolver a imaginação.
Estando sobrecarregadas, também não têm tempo para explorar, refletir e libertar as energias.
As crianças nas últimas duas décadas têm vindo a perder horas de tempo livre por semana, mesmo a escola e os jardins infantis assumiram uma orientação mais acadêmica.
Cresci num tempo, em que as crianças não precisavam de um animador e criávamos as nossas próprias brincadeiras.
A melhor maneira de proteger a infância é dizer “não” para as diretrizes que a sociedade pretende impor. É preciso que as crianças sejam crianças, isto é, simplificar a infância:
Ø  Não encher as crianças de atividades extracurriculares , que a logo prazo não vão ajudá-las em nada.
Ø  Deixar tempo livre para elas brincar, de preferência com outras crianças, ou com jogos que estimulem a criatividade e não jogos já estruturados.
Ø  Passar tempo de qualidade com elas é o melhor presente que os pais podem dar “ Para estar nas melhores lembranças dos filhos Amanhã, os pais têm que estar na vida deles Hoje!”
Ø  Garantir tempo suficiente de sono e descanso.
Ø  Simplificar o ambiente, apostando em menos brinquedos e que estes realmente estimulam a fantasia.
Ø  Reduzir as expectativas sobre o desempenho, deixe  que elas sejam simplesmente crianças.
E não se esqueça uma criança triste será um adulto infeliz.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Pais Maus

O texto abaixo foi entregue pelo professor de Ética e Cidadania da escola Objetivo/Americana, Sr. Roberto Candelori, a todos os alunos da sala de aula, para que entregassem a seus pais. A única condição solicitada pelo mesmo foi de que cada aluno ficasse ao lado dos pais até que terminassem a leitura.
(Dr. Carlos Hecktheuer – Médico Psiquiatra)

Um dia quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães, eu hei de dizer-lhes:
Eu amei-vos o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.
Eu amei-vos o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
Eu amei-vos o suficiente para vos fazer pagar os rebuçados que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e vos fazer dizer ao dono: “Nós tiramos isto ontem e queríamos pagar”.
Eu amei-vos o suficiente para ter ficado em pé, junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o vosso quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
Eu amei-vos o suficiente para vos deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
Eu amei-vos o suficiente para vos deixar assumir a responsabilidade das vossas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
Mais do que tudo, eu amei-vos o suficiente para vos dizer NÃO, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em alguns momentos até odiaram). Estas eram as mais difíceis batalhas de todas.
Estou contente, venci… Porque no final vocês venceram também! E qualquer dia, quando os meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães; quando eles lhes perguntarem se os seus pais eram maus, os meus filhos vão lhes dizer:
Sim, os nossos pais eram maus. Eram os piores do mundo… As outras crianças comiam doces no café e nós só tínhamos que comer cereais, ovos, torradas.
As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvetes ao almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas.
Nossos pais tinham que saber quem eram os nossos amigos e o que nós fazíamos com eles.
Insistiam que lhes disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos.
Nossos pais insistiam sempre connosco para que lhes disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade.
E quando éramos adolescentes, eles conseguiam até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata!
Nossos pais não deixavam os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para que os nossos pais os conhecessem.
Enquanto todos podiam voltar tarde da noite com 12 anos, tivemos que esperar pelo menos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aqueles chatos levantavam para saber se a festa foi boa (só para verem como estávamos ao voltar).
Por causa dos nossos pais, nós perdemos imensas experiências na adolescência.
- Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.

“FOI TUDO POR CAUSA DOS NOSSOS PAIS!”
“Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o melhor para sermos “PAIS MAUS”, como eles foram.
EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE:

NÃO HÁ PAIS MAUS SUFICIENTES”!